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O Caso do campeonato paulista
Antes de um campeonato oficial começar, representante dos clubes participantes reúnem-se para negociar os itens do regulamento da competição , no chamado Conselho Arbitral.
Em 2003, Corinthians e São Paulo decidiram o campeonato paulista de futebol no dia 23 de março. Uma semana antes, os corintianos já tinham
Vencido a primeira partida da final por 3 a 2. Caso o São Paulo vencesse o segundo jogo por um gol de diferença, seria necessário aplicar os critérios de desempate . Sobre esses critérios, o regulamento expressava, no parágrafo único do artigo 5.
Em caso de igualdade de pontos ganhos entre duas associações para efeito de desempate,
Aplicar-se-ão, sucessivamente. Os critérios constantes do artigo 6 em seus itens b e c deste regulamento.Persistindo a igualdade, prevalecera a melhor campanha por pontos ganhos obtidos na somatória das fases anteriores.Se ainda assim persistir a igualdade, aplicar-se-á os itens d e e do artigo 6, obtidos na somatória de todas as fases deste regulamento para definição.
A duvida passou a ser: no artigo 6, sobre o numero de vitorias e saldo de gols. O regulamento previa apenas que caberia a Federação interpretar o que estava disposto no conjunto de regras da competição.
Naturalmente, São Paulo e Corinthians decidiram interpretar cada um a sua maneira, conforme foi amplamente noticiado pela imprensa no dia do segundo jogo.
Um regulamento não é apenas o conjunto de regras de uma competição, mas o conjunto de regras expresso por meio da linguagem escrita. Em outras palavras, é a comunicação oficial da Federação aos clubes interessados em conhecer as formas de disputa.
Este exemplo mostra um típico problema de elaboração da mensagem:o que deveria ser comunicado com clareza pelo regulamento não atingiu o objetivo. Apesar dos transtornos causados os critérios de desempate foram esquecidos, porque o Corinthians voltou a vencer e ficou com o titulo.