Quando comparado ao sistema feudal, Darcy explica as diferenças. O sistemafeudal se caracterizava pela auto-suficiência, em que o senhor queria zelar pelasobrevivência do feudo. A função do povo era a de sobreviver de acordo com a suaconcepção de vida. Já na vida do açúcar, o trabalhador rural não tinha nenhumaperspectiva de possuir terras, eles buscavam apenas uma melhora na sua condição devida. Era presente uma imutabilidade social. Ele se assemelhava a um trabalhador defábrica, cuja função era gerar lucro. Esses dois sistemas apenas se assemelharam naforma como seus senhores exerciam o poder.O sistema feudal teve como conseqüência um campesinato co-participante docapitalismo nascente, enquanto o outro se desdobrou num sistema de contingenciamentode força de trabalho capitalista, e esta na concentração patrimonial, no domínioempresarial e ao atendimento de solicitações externas.Na orla dos engenhos, surgiam populações dedicadas ao cultivo de outrasatividades. Esses produtos eram vendidos nas feiras. Essas atividades eram a pesca,lvouras de tabaco, que era a principal moeda de troca por escravos, granjas etc.O fato de o senhor de engenho residir no local, ou seja, na casa grande, estreitou orelacionamento entre eles e os negros. Muitos destes iam trabalhar dentro da casa, comomucamas ou serviçais e eram diferenciados dos escravos do eito. Isso fez surgir umpatrimônio de costumes, usos, atitudes comuns entre senhores e escravos, que setransmitia entre as gerações.O senhor de engenho dependia de duas classes do patronato de armadores eintermediários no comércio do açúcar e do patriciado governamental. Graças à suainfluência se deu a hegemonia do nordeste no açúcar. Com a Revolução Industrial, elespassaram a fornecedores ou cotistas, dando espaço ao surgimento de grandes usinascomandadas por um patronato gerencial apoiados no capital bancário.A economia açucareira começou a entrar em declínio depois da expulsão dosholandeses. Mesmo antes da sua presença no Brasil, os