Brasil
O texto de Hebe Maria de Mattos parte de uma perspectiva inversa, e considera legitimo a existência previa de uma instituição escravista no império português e considera esta uma condição primaria para o processo de constituição dessa sociedade católica e escravista no Brasil colônia.
A autora discorre primeiramente acerca das considerações da historiografia sobre o surgimento de sociedades escravistas no continente americano ainda no âmbito da consolidação dos Estados Modernos na Europa, bem como o enfraquecimento, a fragmentação da escravidão como uma instituição na Europa, dando a isso um forte embasamento contraditório.
Essa historiografia aponta como possíveis causas dessa escravidão (nas Américas) fatores econômicos e religiosos. Aos atores econômicos estão ligados tantos àqueles formados pela expansão comercial europeia como baixa demografia nas regiões americanas para o trabalho compulsório. Levando em conta o fator religioso, está também foi uma maneira de legitimar a escravidão neste momento, sobretudo, sobre a égide dos novos caminhos, da nova visão acerca da escravidão dos nativos e africanos.
No entanto, Hebe Maria de Mattos pretende trilhar um caminho diferente, inverso. Ela parte de outro viés, onde subentende-se que já havia essa instituição da escravidão no Império Português como condição para que se estabelecesse no Brasil uma sociedade católica e escravista. Discutindo acerca de características que pesavam sobre a sociedade do Antigo Regime, características essas que tratavam de forma natural e dava legitimidade as desigualdade e hierarquias sociais.
O crescimento do império português fico marcado pela expansão com base em uma concepção predominantemente corporativa da sociedade e do poder portuguesa. Entretanto essa continua transformação da sociedade portuguesa da época não se fez limitada ao território europeu mais se ramificou por um vasto império que se expandiu em nome da fé