brasil
Este artigo busca fazer algumas considerações sobre a maneira como Florestan Fernandes entende a dinâmica das classes sociais no processo de modernização do Brasil, com base no livro "A Revolução Burguesa no Brasil". Nesta obra, Florestan desenvolve uma análise sociológica da formação da sociedade brasileira tendo em vista a compreensão dos elementos que compõe o pano de fundo da realidade social, o que permitiria compreender também as transformações recentes em âmbito econômico, político e social. O autor enfatiza a diferença entre o processo que consolidou o poder burguês no Brasil e o modelo clássico de revolução burguesa. Se na França a hegemonia da classe burguesa se deu através de um processo de transformação profundo nas estruturas econômicas e políticas da sociedade, no Brasil o que ocorreu foi um processo de recomposição das estruturas de poder entre a oligarquia e a burguesia emergente, através da conciliação dos interesses dessas duas classes. Tal condição permitiu a associação entre o modelo burguês de dominação e os procedimentos autocráticos e conservadores da oligarquia, o que tornou o Estado brasileiro numa instituição avessa à participação democrática da população. Contudo, Florestan enfatiza que se a burguesia brasileira não cumpriu com todos os requisitos de uma revolução burguesa, isso se explica pelo fato de que a transformação que estava em voga era apenas na economia, pois no âmbito político era preciso manter os laços de dependência e subserviência para com as nações capitalistas centrais. A seção final do artigo também apresenta um breve relato sobre os principais comentários suscitados pela obra de Florestan no meio acadêmico, onde são analisados os aspectos teóricos e metodológicos da mesma.
Escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil se consolidou como uma experiência de longa duração que marcou diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira. Mais que uma simples relação de trabalho, a