Brasil
Por Délcio Rodrigues*
A ameaça das mudanças climáticas globais segue seu curso, apesar das nossas esperanças com o novo governo e perplexidades com os rompantes do cawboy líder do império. Continuamos alterando o clima do planeta com nosso estilo de produzir baseado em combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que vemos mais e mais ameaças à Convenção Climática, este maravilhoso instrumento desenvolvido pela diplomacia mundial para atacar o problema.
Está claro que, enquanto perdurar o governo Bush, o Protocolo de Kyoto - a ferramenta executiva da Convenção Climática - está fadado à inércia, se não ao fracasso total. Se não temos Kyoto, não temos o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo nem os Créditos de Carbono, instrumento tão discutido por ambientalistas e economistas visionários, que permitiria o desenvolvimento de projetos de desenvolvimento sustentável que deslocassem o consumo de energias fósseis. Isto pelo menos oficialmente, pode até ser que um mercado paralelo de Créditos de Carbono floresça, certamente menor que o esperado.
O novo governo brasileiro ainda não teve tempo de explicitar suas posições sobre o assunto, o que é uma oportunidade para rediscutir e eventualmente redefinir como o Brasil seguirá conduzindo as negociações climáticas. O governo anterior baseou toda sua (bem sucedida) atuação no assunto na responsabilização dos países industrializados e na não internalização dos “custos” ambientais das mudanças climáticas. Estas linhas não são suficientes e, muitas vezes entraram em contradição com as políticas florestal e de energia. Lembremo-nos, por exemplo, do Plano Prioritário de Termelétricas armado como resposta ao possível apagão, que propunha um grande deslocamento de fontes renováveis em direção a fontes de energia fóssil.
Pois bem, qual alternativa negocial proporemos? Será que não está no momento de reavaliarmos as reais encrencas que enfrentaremos no futuro próximo devido às