Bovinocultura de Leite
A pecuária leiteira do Brasil iniciou em 1532, quando a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza trouxe da Europa para a então colônia portuguesa os primeiros bois e vacas. Durante quase cinco séculos de existência, a atividade caminhou morosamente, sem grandes evoluções tecnológicas. A partir de 1950, coincidindo com o surto da industrialização do país, a pecuária leiteira entrou na sua fase dita moderna, mas mesmo assim o progresso continuou muito tímido. No final dos anos 60, o rumo desta história começou a se alterar, quando o revolucionário leite tipo B ganhou expressão nacional. Entretanto, o salto mais qualitativo da pecuária leiteira aconteceu, somente, por volta de 1980. Daí em diante, o setor exibiu dinamismo que nunca tinha tido, possibilitando afirmar que o progresso que teve em apenas duas décadas foi maior que o dos últimos anos.No início da década de 80, o leite C e o B eram líderes do mercado consumidor das regiões metropolitanas. O leite tipo A começava a disputar a preferência dos compradores. O leite longa vida chegou de mansinho e pouco a pouco foi deixando os concorrentes para trás, até se tornar no leite mais vendido no país. O ciclo do longa vida provocou fenômenos na agroindústria leiteira como a expansão das bacias leiteiras para regiões que antes não tinham expressão nacional na atividade, entre elas, as do Centro-oeste e do Norte. O longa vida extinguiu o caráter regional das marcas de leite, pois agora ele pode ser produzido num pequeno município e vendido em outros a milhares de quilômetros de distância. Para a velha geração, a imagem mais autêntica do leite eram as saudosas garrafas de vidro. Para a nova, é a caixinha (Rubez, 2001). Os anos 90 foram muito ricos para o Brasil e para a pecuária leiteira. O começo da década foi marcado pela especulação financeira, numa época em que a inflação era de 3% ao dia, os laticínios vendiam o leite à vista e chegavam a pagar os