Bovinocultura De Leite Prof
Flávio Augusto Portela Santos
Depto. De Zootecnia – ESALQ/USP
1. Introdução
Em relatório recente sobre a situação da pecuária leiteira no estado de Minas Gerais (FAEMG, 2006), maior produtor de leite do país, foi relatado o crescimento expressivo da produção de leite no Brasil nas últimas décadas, colocando o país como exportador de produtos lácteos no cenário mundial. Entretanto, no mesmo relatório ficou claro que problemas estruturais sérios ainda estão presentes na grande maioria das fazendas produtoras de leite. Dentre esses problemas destacam-se o uso de rebanho não especializado, com baixa produção de leite por vaca, baixa proporção de vacas em lactação no rebanho e baixa lotação animal nas áreas de pastagem. O resultado final é a baixa produção de leite por unidade de área utilizada e consequentemente, um valor muito alto de capital imobilizado em terra, rebanho, instalações, máquinas e equipamentos.
Nesse mesmo relatório (FAEMG, 2006), foi mostrado que a grande maioria do leite produzido no Brasil, é proveniente de sistemas extensivos que exploram pastagens tropicais mal manejadas. Apesar das profundas transformações ocorridas no sistema agroindustrial do leite no país a partir da década de 90 (Jank et al., 1999), a intensificação dos sistemas de produção tem ocorrido de forma localizada e incapaz de alterar de forma significativa os baixos índices zootécnicos nacionais (FAEMG, 2006). Entretanto, resultados extremamente animadores que comprovam a grande competitividade de sistemas intensivos de produção de leite em pastagens tropicais têm sido apresentados (Camargo, 2005; Santos et al., 2005). Elevadas produções de leite por área, investimentos moderados em instalações e custos de produção competitivos, têm sido fatores determinantes na opção por sistemas intensivos em pastagens (Corsi, 1986; Camargo, 1996; Camargo, 2005; Santos et al., 2005).
Sistemas intensivos em pastagens