Botero
1. História: Na América Latina genuína, a “gordura” é associada ao bom viver, à saúde, à alegria de viver, e as pessoas gordas, à boa disposição, aos prazeres dos sentidos. Botero salienta certamente este continente de festa e de cor, da “siesta” e da boa comida; mas também existe uma correspondência mais profunda associada ao espírito de um povo alimentado por mitos e lendas, que adora símbolos e alegorias, que possui qualidades criativas do exagero e do excesso.
2. Alguns artistas expressam nas suas obras os problemas com o mundo ou as suas angústias da vida, o que não era o caso dos antigos mestres italianos do século XV, nem é o de Botero. As imagens deste estão despidas de rudeza, maldade e extremismo, assim como o amor deixa de ser erótico. O volume exagerado parece que transporta o mundo e a vida numa realidade “flutuante” – seria uma afirmação da vida superficial e apenas o sofrimento verdadeiramente profundo.
3. Botero inspira-se nas tradições artísticas ocidentais, através de obras de mestres clássicos como Goya, Velásquez e Piero Della Francesca, combinando-os com a cultura contemporânea da Colômbia. O seu estilo alcança o difícil equilíbrio entre o humor e a crítica social, arte e política.
4. Tem na sua bagagem a vanguarda nova-iorquina e os modernistas mexicanos, ao lado da arte renascentista e do Barroco do Novo Mundo. A sua pintura figurativa desenvolveu o seu estilo inconfundível: pintava imagens de raparigas, séries completas de meias figuras voluptuosas
5. Suas obras apresentam um estilo figurativo, chamado por alguns de "Boterismo", que lhes dá uma identidade inconfundível. Botero retrata mulheres, homens, vida quotidiana, acontecimentos históricos e personagens, marcos da arte, ainda-vida, os animais e o mundo natural, em geral, com volumetria exagerada e desproporcional, acompanhados por pequenos detalhes da crítica mordaz, ironia, humor, criatividade.
6. Nas