Bota Baixo
No final do século XIX e na primeira década do XX, a cidade do Rio de Janeiro passou por um processo de transformação e hábitos cotidianos. Neste período, a então capital contava com um pouco menos de 1 milhão de habitantes, desses a maioria era composta por negros acrescidos ao contingente de outras regiões que migraram do campo para a cidade busca de novas oportunidades no ramo de serviços e funções ligadas a atividade portuária.
Essa camada numerosa e extremamente pobre da população foi levada a constituir e habitar favelas e cortiços. Os antigos casarões localizados nos centro da cidade, neste momento foram redivididos em inúmeros cubículos a fim abrigar famílias inteiras. Nesses ambientes as famílias viviam em condições extremamente precárias, sem acesso as mínimas condições de higiene, não havia acesso à esgoto nem a água, o que levou a cidade a pagar um alto preço pelo seu crescimento desordenado. Esse intenso crescimento populacional acrescido a falta de infra-estrutura urbana e as péssimas condições de higiene fizeram da cidade um foco constante doenças como cólera, febre amarela, varíola, que neste momento tornaram-se endêmicas.
A então capital da República, diante deste crescimento desordenado da cidade e das classes populares, transformou-se em uma ameaça constante a ordem, a segurança e moralidade pública na visão das autoridades, e é claro ao sonho de transformar o Rio de Janeiro nos moldes de uma grande metrópole européia, tal como Paris. A ascensão de de Campos Sales a presidência em 1902 deu novos rumos a cidade.
A nomeação de Pereira Passos para prefeito e de Oswaldo Cruz para o cargo de diretor da saúde pública significou a execução do plano de reforma urbana e sanitária na cidade. Inicia-se assim o "bota-abaixo", processo de demolição de cortiços e favelas a fim acabar com os focos das doenças perniciosas e promover a remodelação da cidade nos moldes de Paris, promovendo assim alargamento de ruas, a