Borboletas na Gaiola

Pensei primeiro em ser filosófica, e de repente me veio um pensamento, talvez um tanto quanto mais “romântico” e simplista.
Qual é nossa razão em comum, naturalmente falando?
A de continuar a espécie creio eu e muitos outros.
Somos nós e todos os seres habitantes deste planeta, projetos apaixonantes.
Nossa beleza difere, é colorida! Se não houvesse tantas cores, onde estaria o vermelho, a representação visual da paixão?
E qual seria o motivo de não assumir de uma vez, toda essa paixão?
É instinto, é cumprir a missão de existência, de vida!
Dependuramo-nos em perguntas sem respostas, respostas sem perguntas e estamos juntos nessa, na mesma carne e osso, matéria, átomos... Somos os finitos de uma finita eternidade.
Conectamo-nos, a beleza circula entre nossas carcaças, somos paz, mas somos tormento.
Cada detalhe mínimo de existência se difere e mesmo consciente disso, desejamos seguir os mesmos “caminhos”?
Somos incoerentes com a nossa própria natureza, procuramos por igualdade repudiando as diferenças.
Buscamos por paz promovendo a desordem, e talvez, precisemos um pouco dela.
Busquei no dicionário o significado da palavra padrão, e eis o que encontrei:
“s.m. Metrologia Grandeza-tipo que serve para definir uma unidade.
Modelo-tipo legal dos pesos e das medidas.
Tipo, modelo.”
Como definimos uma unidade que não é única?
Como nos baseamos em apenas um modelo, ou tipo, se não há somente um?
Deixemos de lado nossa limitada capacidade de entender o desconhecido, somos camaleões, temos a opção de mudar e não há vergonha nisso.
Sejamos como as borboletas, um dia lagarta, um dia com asas e cores, um dia simplesmente matéria e história.