Bonaparte cruzando os Alpes
A obra foi inspirada na série de cinco pinturas de Napoleão cruzando os Alpes (1801-1805) realizadas por Jacques-Louis David. As obras de David também mostram a viagem de Napoleão pelo passo do Grande São Bernardo; no entanto, há importantes diferenças estilísticas entre ambas as concepções. O Napoleão de Paul Delaroche tem frio e está cansado, enquanto que o de David veste um uniforme pristino e é idealizado como herói. Delaroche dá uma imagem mas realista e mais humana, incidindo nos perigos da montanha e no olhar melancólico do líder.
Apesar de a pintura ser uma das pioneiras deste novo estilo, a obra foi criticada por várias autoridades no tema. Os seus motivos eram variados: desde a representação da cena, até à desaprovação geral do próprio Delaroche. Muitos dos que aderiam a esta última opinião sentiam que Delaroche tinha tentado captar de algum modo o gênio de Napoleão mas falhara na tentativa.
Contexto histórico
Como parte da sua campanha de 1798 durante as Guerras Revolucionárias Francesas, Napoleão preparou a invasão e conquista do Egipto, que nessa época era uma província do Império Otomano. Essa acção militar prometia grandes benefícios, como por exemplo assegurar os interesses comerciais da França e impedir o acesso dos britânicos à Índia. Para o primeiro dia de Julho desse mesmo ano, Napoleão tinha desembarcado na costa egípcia. No entanto, depois de uma prolongada cadeia de conflitos que resultaram em enormes perdas, a campanha acabou com a vitória otomano-britânica e Napoleão regressou à França.
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