Bom trabalho !
Se me contassem, não acreditaria, mas eu vi !
Ermenegildo Bradofino, casado com Zoraide Mioforte Bradofino, teve um casal de filhos. Bem, pelo menos era isso que pensavam... Homem respeitado em Venturinópolis, no Vale do Itabapoaia, Ermenegildo tornou-se um grande industrial aos 52 anos que, nesta idade, faleceu em condições suspeitas e ainda não totalmente desvendadas. Corre a “boca pequena” que a riqueza de Ermenegildo Bradofino proveio de vantagens ilícitas obtidas junto ao fisco, através de “favores” conseguidos por Cleodato Bafonente, auditor-fiscal da Receita Federal. Enquanto em vida, ninguém tinha coragem de falar dessas falcatruas; mas agora a fofoca corre solta na pequena Venturinópolis. Cleodato, que era neto de um judeu torturado e sobrevivente de “campo de concentração” nazista, havia jurado, secreta e diretamente, no leito de morte de seu avô paterno, vingar-lhe de alguma forma por aquela humilhação do passado que se mantinha latente por gerações. Numa terrível coincidência, após anos da “sórdida parceria” entre Ermenegildo e Cleodato, este veio a saber que aquele era neto justamente do Chefe da Gestapo, tendo comandado a sessão de torturas contra seu avô e, tomado de um crescente ódio, Cleodato viu na pessoa de Ermenegildo aquele que deveria pagar com a vida pelo sofrimento de sua família judia. Embora não tenha revelado seu propósito de vingança para ninguém, Cleodato Bafonente participava, secretamente, de uma organização paramilitar e ilegal, onde lá conheceu e fez amizade com a pessoa de Praxedes Queixofrio, auditor-fiscal da receita municipal de Venturinópolis; contudo, nem mesmo a este confiou seu segredo sobre a pretensa empreitada criminosa. Cleodato e Praxedes afinaram amizade recíproca, especialmente pelo fato de ambos serem de origem judaica e, como dito, militarem numa organização que se utilizava de armas e bombas para combater neo-nazistas. Embora a