bolsa familia
Um dos limites à cidadania encontra-se na forma de enfrentamento da pobreza desde a sua origem. Durante longos anos predominou a concepção divina, através da Ética Paternalista Cristã que serviu de base de legitimação moral da economia feudal. (Hunt & Sherman, 2000, p.18).
No Brasil, a exemplo do que aconteceu em outros países de capitalismo periférico, tal situação não foi muito tranquila. Numa sociedade na qual a desigualdade econômica, a miséria, a fome são aspectos visíveis de um ordenamento social presidido pela organização hierárquica e desigual do conjunto das relações sociais, impossibilita a emergência de sujeitos históricos capazes de discernir e efetivar um projeto de sociedade que tenha como base a igualdade real entre os cidadãos e, não apenas jurídico-formal.
O Estado brasileiro marcado pelo padrão de dominação instaurada pela ordem oligárquica-patrimonial-burocrática assume características especificas no sistema político e na própria cultura política do país, que condicionaram a nossa histórica não cidadania (Fedozzi, 2000). Tal situação implicou no surgimento de indivíduos, que tratados com a assistência e repressão no atendimento às suas necessidades, foram mantidos alheios ao projeto social que vem garantindo a permanência de um determinado grupo no poder, resultando, em parte, num povo politicamente submisso, ignorante e dependente da ação tutelar das elites e do Estado.
O Programa Bolsa Familia (PBF) é o maior programa de proteção social do Brasil e o maior programa de transferência de renda do mundo, atendendo mais de 12 milhões de familias em todos os municipios brasileiros.