Boa aventura de sousa santos
Uma Breve Análise do "Discurso sobre as Ciências" de Boaventura de Sousa Santos
A resenha desta obra será feita da seguinte maneira: inicialmente farei um resumo abrangendo os três pontos centrais da obra (“O paradigma dominante”, “A crise do paradigma dominante”, “O paradigma emergente”), posteriormente, irei expor considerações críticas. Saliento que os dois primeiros capítulos serão tratados com maiores detalhes na parte do resumo. Deixarei para analisar e esclarecer o terceiro capítulo na parte crítica deste trabalho, juntamente com as exposições de minhas idéias sobre o assunto/texto.
1. INTRODUÇÃO
A obra “Um discurso sobre as Ciências” apresenta em suas primeiras páginas a crise de identidade das ciências no tempo em que vivemos. Esse assunto será desdobrado ao longo da obra, sendo analisados aspectos históricos das ciências naturais e sociais, bem como o atual contexto cientifico em que nos encontramos e as perspectivas para o futuro. O autor sustenta, inicialmente, que nos encontramos em uma fase de transição entre “tempos” científicos. Para uma melhor compreensão, Boaventura utiliza-se do exemplo de Rousseau, que na obra “Discours sur Le Sciences et lês Arts”, de 1750, buscou respostas por meio de perguntas elementares e simples. Para tanto, o autor estrutura a sua obra da seguinte maneira: 1º) caracteriza a ordem científica hegemônica; 2º) analisa, sob condições teóricas e sociológicas, a crise dessa hegemonia; 3º) propõe um perfil de uma ordem científica emergente, novamente sob condições teóricas e sociológicas.
2. O PARADIGMA DOMINANTE
A ordem científica dominante, tratada na obra como “O paradigma dominante”, diz respeito ao modelo de racionalidade herdado a partir do século XVI e consolidado no século XIX. Essa nova racionalidade científica vislumbra uma única forma de se atingir o conhecimento verdadeiro, aquela decorrente da aplicação de seus próprios princípios epistemológicos e