Bloqueadores Neuromusculares 2
Doutorando Rodrigo Luiz Marucio – FMVZ – Universidade de São Paulo
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I – INTRODUÇÃO
Esses agentes apresentam sinomínias como miorrelaxantes de ação periférica, paralisantes musculares de ação periférica, antagonistas nicotínicos, relaxantes musculares de ação periférica e curares.
São utilizados como adjuvantes em procedimentos anestésicos, uma vez que promovem adequado relaxamento muscular esquelético, sendo indicados em procedimentos cirúrgicos torácicos, abdominais, ortopédicos, oftálmicos e de coluna vertebral. Nenhum dos anestésicos conhecidos produz um grau de relaxamento muscular tão intenso quanto os obtidos por estes medicamentos.
O conhecimento destas substâncias ocorreu quando da descoberta da América do Sul. Assim, observadores europeus interessaram-se por um determinado veneno utilizados pelos índios da Bacia Amazônica que, colocado na extremidade da flecha, tinha poder de paralisar e matar por asfixia o animal caçado. A técnica de preparo de curare pelos índios foi durante muito tempo envolvida em um grande mistério, sendo os ingredientes do veneno conhecidos somente pelos pajés e as preparações dos curares identificadas apenas conforme o recipiente no qual eram amarzenados e transportados, assim havia o curare de bambu, o curare de pote e o curare de cabaça. Após os trabalhos iniciais desenvolvidos pelo pesquisador Von
Humboldt no início do século XIX, definiu-se que as primeiras espécies botânicas de onde se obtinha o curare eram do gênero Strychnos e Chondodendron.
Posteriormente, estudos conduzidos por Claude Bernard (1856) demonstraram que o efeito do curare devia-se ao fato de substância impedir a condução do impulso
nervoso na a junção nervosa e muscular, não possuindo ação no sistema nervoso central (SNC). A partir deste estudo pioneiro, seguiram inúmeras pesquisas, até que em 1935, King isolou o principio ativo, a d-tubocurarina, o que permitiu que se
chegasse