Blade runner
O filme, Blade Runner - O caçador de andróides completou trinta anos. Um "balzaquiano", diria aqueles que não perdoam as marcas do tempo. Mas por outro lado, a maturidade alcançada por esse filme dirigido por Ridley Scott e lançado em 1982 (também responsável por Alien: O oitavo passageiro que, também definiu as novas tendências da FC nos anos oitenta), não o deixou envelhecer. Muito pelo contrário: ao ser elevado ao status de clássico, Blade Runner demonstra que continua dialogando com a época atual. Se não estamos vivendo em arranha-céus imensos como mostrados no filme, ou ainda não fomos capazes de criar veículos que desafiam a lei da gravidade, Blade Runner antecipou alguns aspectos de nossa realidade: o mundo atual, assim como na produção de Scott, pode ser definido como é uma espécie de aldeia global, onde os países mais ricos dominam os mais fracos e a tecnologia cada vez mais se incorpora no cotidiano, de modo a provocar nele mudanças radicais que o afetam drasticamente. Com essa "evolução tecnológica” que a cada dia se torna cada vez mais rápida, nós corremos o risco de sermos dominados completamente por ela, se é que isso já não está acontecendo. O filme também trata de um tema muito discutido: a criação de vida artificial como uma forma dos seres humanos “economizarem” sua própria existência. Atualmente, mesmo que os cientistas ainda não tenham criado um ser a imagem e semelhança do homem como em Blade Runner, eles continuam investindo em experimentos, os quais podem gerar aberrações genéticas, tais como o rato com orelha humana, ou estão empenhados em dar origem a robôs cujas características possam torná-los cada vez parecidos com os humanos, não somente na aparência estética, mas também na maneira de pensar. É provável, que um dos fatores que contribuíram para tornar Blade Runner um clássico da FC, seja seu diálogo intertextual com outra obra considerada o marco inicial desse gênero: Frankenstein, de