Biscoito Globo
RA4) Freguesia alarmada com contaminação de solos
Gondomar S. Pedro da Cova é depósito de toneladas de resíduos perigosos
Publicado em 2010-06-10
INÊS SCHRECK
A população de S. Pedro da Cova (Gondomar) pondera avançar com uma acção popular contra o Estado pelo depósito de 320 mil toneladas de resíduos perigosos no Alto do Gódea, a céu aberto e sem tratamento. Temem a contaminação dos solos e da água.
Os resíduos, com altos teores de chumbo, cádmio, crómio, arsénio e zinco que podem ter efeitos nocivos para a saúde, foram transferidos, entre Maio de 2001 e Março de 2002, da antiga Siderurgia Nacional, na Maia, para um terreno junto às minas de carvão de S. Pedro da Cova, em Gondomar. A responsabilidade pela remoção era da Urbindústria - Sociedade de Urbanização e Insfraestruturação de Imóveis, empresa pública.
Oficialmente, eram 97 mil toneladas de resíduos inertes (sem perigo para a saúde pública), mas acabaram por ser transferidas mais de 320 mil toneladas de resíduos, classificados como perigosos por análises independentes feitas a pedido da Siderurgia. Junto às piscinas e ao estádio de futebol de S. Pedro da Cova os resíduos depositados formam autênticas montanhas cinzentas. Nas imediações passam cursos de água, entre os quais o rio Ferreira e a ribeira de Parada.
O caso não é novo, mas uma reportagem da TVI, da passada segunda-feira, voltou a pô-lo na ordem do dia. A população está alarmada e quer reagir. Anteontem à noite, um grupo de sampedrenses juntou-se para discutir o assunto e ponderar avançar com uma acção popular contra o Estado. A Junta está com eles e reuniu de emergência ontem à noite. "Vamos pedir reuniões de emergência ao Ministério do Ambiente e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte", referiu, ao JN, Daniel Vieira, presidente da Junta de S. Pedro da Cova, acrescentando que o problema será levantado próxima Assembleia Municipal. O PCP voltará a expô-lo na Assembleia da República e o Parlamento