Bioética
Prof. Dr. Wilmar Luiz Barth
PUCRS
Introdução
Um monge agostiniano austríaco, Gregor Mendel, é o pai da genética moderna. Ele publicou suas descobertas em 1865.
Seu estudo, feito com ervilhas, ficou esquecido por aproximadamente 50 anos.
A descoberta do gene, denominado por Mendel como “fator”, aconteceu somente em 1909, anunciada por Wilhelm Johannsen, biólogo dinamarquês. Em 1944, Oswald Avery, McLead e McCarty descobriram o DNA, a substância que contém o nosso material genético. Em 1953, James Watson e Francis
Crick, anunciaram a descoberta da estrutura helicoidal dupla do
DNA, através da revista Nature. O que, segundo eles, era somente um modelo de molécula de DNA, acabou sendo reconhecido como uma realidade. Dessa forma, fundaram a biologia molecular.
Vinte anos depois, em 1973, S. Cohen e H. Boyer, na Califórnia, anunciaram a descoberta do DNA recombinante, através do qual se tornou possível cortar e recolar a cadeia do DNA. Era o início da atual engenharia genética.
No dia 26 de julho de 2000, foi anunciada a conclusão do
Projeto Genoma Humano, iniciado em 1988, mediante o qual foi possível decodificar os 3 bilhões de pares básicos do genoma
Rev. Trim.
Porto Alegre
v. 35
Nº 149
Set. 2005
p. 361-391
humano. Hoje sabemos que o DNA (ácido desoxirribonucléico) humano é composto por aproximadamente 30 mil genes, dispostos ao longo de 23 pares de cromossomos (46 cromossomos humanos), compostos por quatro bases químicas: Adenina (A),
Guanina (G), Citosina (C) e Timina (T), responsáveis pelas informações genéticas do DNA. Da maneira como essas quatro bases se agrupam, resulta a identidade genética de cada indivíduo.
Esse conhecimento abriu caminho para o domínio humano na área da reprodução, da transmissão da herança genética e do sistema nervoso, além de impulsionar os esforços de novas ciências, como a genética, a biologia molecular, a citologia, a engenharia genética, a sociobiologia, e