Bioética
São muitas as posições e teorias formuladas acerca da condição do embrião; o que se infere é que a humanidade considera ou deixa de considerar alguém como seu semelhante muito mais por estipulação do que por questões de formação de individualidade, biológicas ou outras ligadas à existência do ser consciente e autônomo. Em outras palavras, considerar o embrião um ser humano trata-se de uma decisão pessoal.
As pessoas ainda não veem, consensualmente, o embrião como semelhante, como membro da espécie humana. Quando se pensa na destruição dos embriões, não se pensa na destruição de um ser humano, como se o embrião fosse uma realidade distante, equivalente um amontoado de células humanas ou a um animal de outra espécie, ou mera parte do corpo humano. A designação serve para criar a impressão de que a realidade fenomênica é diversa, quando na realidade é a mesma.
Trata-se de manipulação da linguagem com o fim de conseguir diminuir ou apagar a censura que a comunidade pode fazer a respeito da destruição destes seres. Outros reconhecem essa qualidade apenas nos embriões gerados no próprio país, como os alemães que permitem a realização de pesquisas com embriões importados de outros países, mas não com os nacionais. Os embriões importados não são enxergados como da mesma espécie, como semelhantes.
A essência de humanidade do embrião traz como consequência a impossibilidade de que seja tratado como objeto ou coisa, sem que isso acarrete desdobramentos éticos que comprometem toda a espécie humana. Porém, não se pode defender o desprezo pelos avanços da biotecnologia e pelas inúmeras possibilidades que isto tem proporcionado para a qualidade da vida humana, notável no sentido de minimizar os sofrimentos. Entretanto, o que se propõe, é que o homem adicione ao desejo de imortalidade a reflexão quanto aos seus aspectos éticos. E eticamente é incorreta a destruição da vida embrionária para fins de pesquisa e terapia celular, posto se tratar o embrião de