Biotecnologia
A biotecnologia consiste no uso de organismos vivos para produção racionalizada de substâncias que geram produtos comercializáveis
De um modo mais rigoroso, podemos defini-la como a aplicação ou a transferência, em grande escala, para a indústria, dos avanços científicos e tecnológicos possibilitados pelas descobertas e experiências das ciências biológicas. Os organismos, componentes e sistemas biológicos são, por isso, as matérias-primas da biotecnologia, usadas na criação de novos bens e serviços, nomeadamente nas áreas da saúde, alimentação, energia e protecção do ambiente.
Enquanto tecnologia que implica a manipulação de sistemas biológicos, baseada apenas no conhecimento empírico, a biotecnologia já existe há mais de mil anos. O uso de leveduras para fermentar o vinho e o pão e de estrume composto para fertilizar a terra são algumas das suas mais antigas e conhecidas aplicações. No século XIX, descobriu-se a importância dos microrganismos em certos processos e, através da fermentação, produziram-se, pela primeira vez, substâncias como o álcool etílico e a acetona. Inventaram-se, mais tarde, técnicas como a esterilização e a pasteurização e, já no século XX, a produção biotecnológica veio permitir a criação de enzimas, antibióticos, ácidos orgânicos, vacinas e vitaminas.
Nos anos 70, a biotecnologia moderna afirmou-se com o desenvolvimento da engenharia genética e da tecnologia associada ao ADN (Ácido Desoxirribonucleico). Os genes transformaram-se em matérias-primas que, aplicadas noutros organismos, passaram a possibilitar a produção de substâncias como a insulina humana ou hormonas de crescimento humano e plantas resistentes a vírus ou a herbicidas.
A biotecnologia é um processo interdisciplinar. Desta forma, o seu desenvolvimento depende da colaboração entre disciplinas e do uso de linguagens e paradigmas comuns, bem como do reconhecimento, por parte dos investigadores, dos limites das suas áreas. A biotecnologia integra