Biomas
O território nacional reúne 12% de todos os animais e vegetais conhecidos no planeta. Uma a cada 11 espécies de mamífero existentes no mundo vive aqui. Nossos rios abrigam mais de um terço dos peixes de água doce catalogado e nossas matas, 50 mil espécies de plantas superiores. O país apresenta, ainda, a maior diversidade global de primatas, anfíbios e insetos e a terceira maior de aves.
História da devastação
A mesma beleza tropical que encantou os europeus que aqui chegaram ao século XVI atiçou a cobiça que, desde então, não parou de destruir os biomas brasileiros. O primeiro e mais dramático foco de impactos foi a mata Atlântica, um dos cinco mais importantes hotspots do planeta – região de grande biodiversidade que se encontra sob séria ameaça.
Tudo começou com a extração predatória de pau-brasil para a fabricação de tintura de tecidos e a construção civil. Em seguida, vieram as plantações de cana-de-açúcar e, mais tarde, as de café, que dizimaram a vegetação nativa e exauriram solos férteis dos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e, décadas depois, do norte do Paraná, do sul de Minas Gerais e do Espírito Santo. A mata Atlântica também sofreu os ataques da mineração durante o ciclo do ouro: matas foram destruídas e rios, assoreados. Mas foi o desenvolvimento da indústria, a partir da segunda metade do século XX, que desenhou o cenário socioeconômico de maior impacto. O surgimento de grandes pólos industriais atraiu para as cidades grande número de trabalhadores rurais, que abandonavam o campo em busca de renda mais alta e vida mais confortável.
Em 500 anos de história, o Brasil já desmatou 2,5 milhões quilômetros quadrados de sua vegetação nativa, sendo que a maior parte nos últimos 50 anos. Isso significa 30% de suas florestas.
O trabalho intitulado Mapa da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) revela que a Mata Atlântica foi o bioma — região com fauna e flora típicas — que