Biografia
Começar, recomeçar, interminamente repetir um monótono romance, o romance da minha vida.
Com palavras iguais, inalteráveis, semelhantes, insistir sobre o cansaço e a pobreza disto de viver…
Andar como os dementes pelos cantos a repisar o que já ninguém quer ouvir.
Levar o meu desprecioso tempo à deriva.
Queixar-me, castigar e lamentar sem qualquer esperança, por desfastio.
Pôr a nu uma miséria comum e conhecida, chamente, serenamente, indiferente à beleza dos temas e das conclusões.
Monotonamente, monotonamente.
Monotonia. Arte, vida…
Não serei ainda eu que te erigirei o merecido altar. Que te manejarei hábil e serena.
Monotonia! Gume frio, acerado, tenaz, eloquente.
Sino de poucos tons, impressionante.
Mas se te descobri não te vou renegar.
Tu ensinas-me, tu insinuas-me a arte da verdade, a pobreza e a constância.
Monotonia, torna-me desinteressada.
Biografia
25 de Dezembro de 1892
Quinta da Murzinheira
Escola Normal Primária de Lisboa
Europa
Ciências de Educação
Professora de educação infantil
1932
Falta de liberdade
25 de Novembro de 1958
13 de Janeiro de 2013
FENPROF
12 de Janeiro de 1988
Análise Formal
23 versos
2 estrofes rima interpolada rima emparelhada métrica irregular
Aspetos relevantes
Identificar o “romance” e caracterizá-lo
Caracterizar o “viver”
Referir os assuntos escrita que constituem a “matéria” desta
Referir a quem se aplica essa “matéria”
Dizer a que é associada a monotonia
Identificar os recursos expressivos presentes
Nomear as dádivas da monotonia
Dar a nossa opinião
Música e Imagens
Aborrecimento
Tristeza
Solidão
Desinteresse
Repetição
Versos relacionados com o poema
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Há gente que fica na história E outras de quem nem o nome lembramos ouvir
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
A chuva molhava-me o rosto Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha Já eu percorrera