Biocombustivel e produçao de alimentos
A introdução dos biocombustíveis na matriz energética mundial pressupõe reestruturação do sistema produtivo como um todo, tornando fundamental o debate em torno das implicações provocadas por essas mudanças. Devido à elevação do preço do petróleo e à preocupação com o meio ambiente, surgiu a necessidade de criar-se uma fonte alternativa de energia, limpa e renovável, que permita diminuir a utilização de combustíveis derivados do petróleo. No Brasil, entre as culturas destinadas à produção de biocombustíveis, destaca-se a cana-de-açúcar, destinada à produção de etanol, e a soja, principalmente, para a produção de biodiesel. Logo, surge à preocupação acerca da possibilidade dos agricultores substituírem as suas culturas tradicionais como feijão, arroz, mandioca entre outras, essenciais à alimentação humana, por culturas destinadas à produção de etanol e biodiesel, podendo resultar no redesenho da produção agropecuária brasileira, especialmente, culminando na diminuição na produção desses alimentos básicos. Existe também a preocupação com relação ao aumento dos preços dos alimentos e que possa surgir uma concorrência com os recursos naturais, como a terra e a água, que podem deixar de ser utilizadas para o cultivo de produtos destinados à produção de alimentos. A produção de biocombustíveis, no entanto, tem um caráter social, pois abre a perspectiva de inclusão social a partir da geração de novos empregos, já que necessita de expressiva mão de obra para o cultivo das matérias-primas destinadas à produção de biocombustíveis. O Brasil apresenta as melhores culturas para a produção de biocombustíveis, com rendimentos melhores que as médias mundiais. Além, disso, o país, apresenta a possibilidade de expandir a área agricultável sem comprometer áreas de florestas ou reservas legais e possui condições climáticas, ambientais e tecnológicas favoráveis. O Governo brasileiro, juntamente com