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Entrevista
Nova tecnologia no combate ao
“mal da vaca louca”
Metodologia detecta proteínas na ração e evita a contaminação de animais
Entrevista concedida a
Maria Fernanda Diniz
mal da vaca louca, conhecido cientificamente como
BSE (sigla em inglês para encefalopatia espongiforme bovina), afeta o cérebro do animal, provocando descontrole motor. As células morrem e o cérebro fica com a aparência de uma esponja.
A vaca passa a agir como se estivesse enlouquecida, o que explica o fato de ser conhecida popularmente como mal da vaca louca.
Não há tratamento conhecido para essa doença, que já foi detectada em cerca de 20 países da Europa, atingindo mais de 180 mil cabeças de gado. Ao contrário da maior parte das enfermidades, o mal da vaca louca não é transmitido por fungos, vírus ou bactérias, e sim por proteínas específicas denominadas prions.
Essa doença nunca foi detectada no Brasil e a sua entrada, certamente, resultaria em um desastre para o país, que tem na pecuária um de seus principais alicerces econômicos, representando ganhos de mais de R$ 55 bilhões por ano. Sem falar que o rebanho brasileiro é hoje maior do que a soma dos rebanhos da Argentina, Paraguai e Uruguai. Diante da necessidade urgente de conter a sua disseminação, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), por meio de uma de suas 40 unidades de pesquisa, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localizada em Brasília, DF, desenvolveu um método para detecção de proteínas de origem animal em rações destinadas a mamíferos, especialmente ruminantes, que tem como objetivo monitorar a qualidade do alimento e evitar a transmissão de doenças causadas por substâncias infecciosas, tais como prions transmissores de encefalopatias espongiformes transmissíveis (TSE), principalmente o mal da vaca louca.
O método, desenvolvido pela equipe do pesquisador Carlos Bloch Jr há cerca de três anos, cuja patente