Biblioteca organizacional
Ninguém questiona a centralidade que as tecnologias da informação atualmente desempenham nas práticas dos profissionais de informação. Embora óbvio e inquestionável, lugar comum mesmo, a verdadeira dimensão desse impacto é ainda pouco dimensionada e é vista pelos profissionais de informação de uma forma bastante impressionista e superficial, ora subestimando-a, ora superestimando-a. Essa atitude ajuda pouco a aferir sua real dimensão. O ensino e a formação profissional entre nós refletem a realidade dinâmica das tecnologias da informação de forma mais lenta e defasada ainda (Robredo, 1986). No entanto, apesar das nossas limitações, é importante e urgente recolocar e rediscutir a questão. Não poderia ser de outra maneira. A tecnologia de informação evolui de forma tão rápida que é difícil aferir seus impactos quando se esta no meio da transformação. Em poucos anos ela passa a ter uma centralidade nas atividades de tratamento da informação. Seus impactos aí são muito grandes (Marcondes, 1997b). O processo de inovação / obsolescência tecnológica é um dos motores do capitalismo atual (Marcondes, 1997). Na verdade a mudança tecnológica é reconhecido como um dos fatores de instabilidade nas instituições, isso em diversas áreas, países e atividades, mas de forma especialmente grave entre nós, países do Terceiro Mundo, onde, historicamente, a tecnologia tem sido sempre trazida de fora. Já que esta está sempre associada ao novo, a sua origem em países avançados, sua capacidade de intervenção na realidade é superestimada, ela é tida muitas vezes como autônoma, autosuficiente, capaz de resolver todos os problemas. Além do mais, a tecnologia da informação é tão umbricada com conteúdos simbólicos (Marcondes, 1998), tão associada a uma imagem de modernidade que é cara às nossas sociedades, que se torna necessário uma cuidadosa e isenta atitude para analisar a questão. O impacto das tecnologias da informação nas bibliotecas e suas conseqüências na formação