Belo horizonte região sul e região oeste
A palavra “teologia” significa pensamento a respeito de Deus. Em grego, logos de theos. O termo carrega em si a contradição fundamental de tratar logicamente o deus que, em princípio, não cabe na lógica. Por outro lado, nem sempre se pensou em deus ou nos deuses de maneira lógica. Os responsáveis pelo encerramento do pensamento a respeito da divindade em termos lógicos foram os filósofos gregos. E, em última análise, foi a metafísica que se fez teológica fazendo ao mesmo tempo em que a teologia, conseqüentemente, se fizesse metafísica. Assim, metafísica e teologia fazem parte da mesma loucura da razão.
Desde que se tem notícia da existência humana, sabe-se também que há pensamento. Mas nem sempre houve filosofia ou metafísica. O pensamento humano parte, obviamente, do humano. É o homem que se pensa a si mesmo antes de qualquer outra coisa. E começa a pensar como se fosse criança, inventando histórias, dançando e cantando enquanto se refletia e se interpretava na poesia. Como criança, também se maravilhava ao se dar conta de que existia sem saber porquê. E, mais ainda, não conseguia dar as razões do brilho das estrelas, do movimento das coisas nem das genealogias. E assim nasceu o mito. Aristóteles dizia que “o mito se compõe de maravilhas” (Metafísica, I, 2, 982 b).
Dizem os historiadores que os gregos conheciam as civilizações orientais por meio do intercâmbio comercial. Teriam aprendido com os caldeus, egípcios e fenícios ciências como a geometria, a aritmética e a astronomia. Também se deixaram influenciar por seus mitos e poemas. Heródoto conta que os gregos aprenderam com os babilônios o uso do quadrante solar. A contribuição dos gregos ao pensamento antigo foi a lógica, em sua forma científica. Não quero dizer com isso que os pensadores mais antigos não tivessem percebido a necessidade de certas generalizações e da formulação de conceitos. Mas seu pensamento preferia as formas míticas às científicas ( no