Beethoven
Neste sentido, se Beethoven foi mais exuberante no discurso musical e nas inovações formais que foi propondo ao longo da segunda fase, é possível afirmar que a terceira fase é caracterizada por um discurso mais meditative, instrospectivo e de certa forma até abstrato. Por um lado, a técnica de desenvolvimento temático e final motívico - desenvolvida e provada através de inúmeros esboços e rascunhos de muitos dos seus temas, o que ajuda a perceber não só as diferentes fases de desenvolvimento de cada melodia mas também o processo composicional de Beethoven estava longe de ser curto e pacific - que o compositor desenvolveu ao longo da sua carreira foi extendida até ao limite. Beethoven, geralmente, conservava aquilo que considerava ser a estrutura essencial do tema e introduzia, simultaneamente, em cada nova variação ornamentação, novas figurações, ritmos, andamentos ou até a alteração de compasso de forma a mascarar o tema Deste modo, o Tema e Variações – forma que já tinha ganho notoriedade no Período Barroco – aparece em Mozart, Haydn e Beethoven dentro de três situações possíveis: enquadrado numa forma maior como por exemplo um Rondó – em cada reaparecimento do tema – ou numa Forma Sonata (nomeadamente na reexposição); como obra independente; ou como o andamento de uma Sonata ou Sinfonia.
Uma das obras mais importantes de Beethoven é precisamente as Variações Diabelli (32 duas variações sobre um tema de Diabelli) provavelmente a maior (no sentido de mais importante) obra do género desde as Variações Goldberg de Bach. É sabido que Beethoven admirava sobremaneira a técnica contrapontística de Bach precisamente pela facilidade de escrita, segurança e solidez técnicas. Não é por isso de estranhar que a escrita de Beethoven tenha, sobretudo na última fase, recorrido a estruturas contrapontísticas (fugas e canons, por exemplo) que vêm no seguimento do desenvolvimento motívico falado nas