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INTRODUÇÃO
O processo de urbanização brasileira ocorreu de forma intensa e desigual. A oportunidade de viver com qualidade nas nossas cidades não se apresenta da mesma forma para todos, o que leva grande parte da população menos favorecida a ocupar áreas impróprias para a moradia, que oferecem, por sua vez, riscos à vida, especialmente nas encostas e margens de rios. Como conseqüência, temos uma grande parte da população vulnerável à ocorrência de acidentes envolvendo danos materiais e vítimas fatais.
O deslizamento é um fenômeno natural, responsável pela transformação da superfície terrestre, porém, algumas formas de uso de solo realizadas pelo homem potencializem esse fenômeno.
A ocupação desordenada de uma encosta é um exemplo de ocupação indevida associada à ocorrência de deslizamentos desastrosos.
É nas áreas urbanas que a ocupação e a concentração humana ocorrem de forma intensa e muitas vezes desordenadas. Estes locais são alvos de freqüente desmatamento, deslizamento, erosão, assoreamento dos canais fluviais, dentre outros problemas relacionados às gradativas transformações antrópicas (GUERRA e GONÇALVES, 2001).
Paralelamente à explosão demográfica mundial e ao aumento da população que vive em favelas, existe o aquecimento global, decorrente das emissões dos gases causadores do efeito estufa.
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) prevê que o aquecimento do planeta possa provocar períodos de instabilidade climáticas levando a ocorrência de seca e períodos de chuva mais intensas, além de derretimento de geleiras, elevação dos níveis dos oceanos, com impactos negativos nas cidades litorâneas e na agricultura.
A ocupação irregular de espaços vazios de morros, margens de rios e áreas alagadiças, torna-se um grave problema em épocas de chuvas torrenciais, que podem provocar episódios de deslizamentos e alagamentos. Nestes períodos ocorrem perdas humanas e materiais devido à falta