Bauhaus
Antes de se falar especificamente sobre o ensino de Design, é de fundamental importância contextualizar seu desenvolvimento do ponto de vista histórico. Em meio a uma situação social bastante eufórica do século XIX, na qual vinha ocorrendo, inicialmente na Inglaterra e posteriormente na Alemanha, o surgimento e um rápido desenvolvimento da indústria, vários intelectuais tiveram, segundo Wick (1989, p.14), importância decisiva na formação de uma nova concepção da forma de ensino e aprendizagem das artes, o Design. O que esses intelectuais buscavam, cada qual no seu tempo, usando diferentes meios e chegando a diferentes resultados, era resolver o impasse de relacionamento entre a arte e o artesanato e entre a arte e a indústria. Outro aspecto bastante questionado, era o fato de que o aparecimento da indústria havia provocado uma queda na qualidade dos produtos, tomando-se como referência os produtos artesanais da época. Argan (apud WICK, 1989, p.15), teórico da arte, referiu-se a isso como a perda “da espiritualidade do fazer artístico” e uma “assustadora decadência da cultura e do gosto”.
Certamente essa crítica de Argan, ocorrida um ano após a realização da primeira exposição mundial da indústria em 1851, não teve fundamental importância para o Design, mas refletiu o que seria um posicionamento crítico comum à produção industrial até então. Cabe citar que, apesar da crítica tecida pelos intelectuais da época, a produção industrial ocasionou um dos fatos mais relevantes da história que foi a quebra de paradigmas. Os produtos que antes eram produzidos artesanalmente, com o surgimento da indústria passaram a ser produzidos mecanicamente, propiciando um repensar de todo o processo social (Fontoura, 1997, p. 32).
A crítica sobre produção industrial em detrimento da estética foi muito bem tratada por Ruskin e Morris. Estes dois nomes são imediatamente associados ao que Wick (1989, p.16) chama “os primeiros passos