Bases neurofisiológicas da dependência do tabaco
Bases neurofisiológicas da dependência do tabaco |
Cleopatra S. Planeta1
Fábio C. Cruz2 |
1 Laboratório de Neuropsicofarmacologia do Departamento de Princípios Ativos e Naturais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara.
2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas Universidade Federal de São Carlos.Endereço para correspondência:Profa Dra. Cleopatra da Silva Planeta. Departamento de Princípios a Ativos Naturais e Toxicologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Rodovia Araraquara/Jaú, Km 01 – 14801-902 – Araraquara – SP.
Tel. (12) 3301 6981; fax: (16) 222 0073; e-mail: cplaneta@fcfar.unesp.br |
Resumo |
A maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos aponta a nicotina como o principal agente responsável pelo desenvolvimento da dependência ao tabaco. Muitos trabalhos têm demonstrado que as bases neurais da dependência à nicotina são semelhantes àquelas das outras drogas de abuso. A nicotina induz preferência condicionada por lugar e auto-administração e, portanto, atua como reforçador positivo, esse efeito parece ser mediado pelo sistema dopaminérgico mesolímbico. A nicotina também induz à sensibilização comportamental que é provavelmente resultante de alterações da expressão gênica do núcleo acumbens induzidas pela exposição prolongada a essa substância. A suspensão do uso de nicotina resulta em síndrome de abstinência. As evidências indicam que esses sinais e sintomas sejam mediados por receptores colinérgicos nicotínicos centrais e periféricos. Outros neurotransmissores, como por exemplo a serotonina e os peptídeos opióides, também podem estar envolvidos na mediação da dependência e síndrome de abstinência à nicotina. A revisão da literatura mostra a complexidade dos efeitos da nicotina no organismo. A integração entre as abordagens comportamental, neuroquímica e molecular possibilitará a compreensão dos mecanismos neurais da dependência ao tabaco e fornecerá