Bases Filos Ficas E No Es De Ci Ncia Em An Lise Do Comportamento
INTRODUÇÃO
Este capítulo tem o objetivo de apresentar, em linhas gerais, uma filosofia chamada Behaviorismo Radical e uma abordagem psicológica (ou ciência do comportamento) denominada Análise do Comportamento, bem como estabelecer relações entre ambas. Faremos uma distinção importante entre o Behaviorismo Radical (corrente atual) e o Behaviorismo Metodológico. E importante que o leitor atente para esta distinção, pois a falta dela é, em parte, a razão de muitas críticas incorretas feitas ao moderno Beha viorismo Radical. O pensamento de B. F. Skinner e alguns dos principais pressupostos filosóficos de sua obra serão apresentados brevemente e terão a função de fornecer ao leitor um refe rencial teórico básico para a melhor apreciação dos demais capítulos deste livro. Além dos aspectos concernentes ao Behaviorismo Radical, apresentaremos também a noção de ciência em Análise do Comportamento e algumas de suas características principais: seu objeto de estudo, sua unidade de análise e seu método.
O SURGIMENTO DO BEHAVIORISMO
Por volta do final do século 19, a Psicologia começa a constituir-se como ciência independente, embalada, principalmente, pelas pesquisas de Gustav Fechner e Wilhelm Wundt (cf. Goodwin, 2005/2005). Essencial ao surgimento e desenvolvimento de uma ciência é a definição do seu objeto de estudo e do seu método. Nessa época, sobretudo após Wundt ter criado o primeiro laboratório de Psicologia experimental em Leipzig, Alemanha, difundiu-se a ideia de que o objeto de estudo da Psicologia era a consciência (e seus elementos constituintes), e o método eleito, a introspecção experimental1 (cf. Goodwin, 2005/2005). E nesse contexto que, em 1913, o psicólogo John Broadus Watson publica um artigo intitulado A Psicologia como um behaviorista a vê.2 Esse artigo ficou conhecido posteriormente como O Manifesto behaviorista?
Em seu artigo, Watson (1913) argumentou que o uso da introspecção