PERCEP O E ATEN O
PERCEPÇÃO E ATENÇÃO
INTRODUÇÃO
Conforme apresentado nos Capítulos 1 e 2, comportamento é uma relação que se estabelece entre o organismo e seu ambiente, cabendo ao analista do comportamento identificar e estudar os determinantes dessa relação. Um processo analítico como esse se dá tanto de modo geral, identificando princípios comportamentais comuns a todos os organismos vivos, como mais especificamente, levando em conta o contato peculiar que um determinado organismo estabelece com o ambiente na construção de sua história de vida. Na busca por relações entre os organismos e o ambiente, citamos frequentemente “respostas”, entendidas como sendo o que o organismo faz (suas ações). “Estímulos” também foram citados, entendidos como sendo os aspectos do mundo com os quais o organismo interage. As interações entre o organismo (respostas) e o ambiente (estímulos) são regidas por contingências (relações funcionais), ou seja, modificações no ambiente são acompanhadas de alterações correspondentes no organismo, e vice-versa.
Por se tratar de um sistema interacionista, um evento ambiental apenas se define como “estímulo” quando exerce influência sobre um organismo, ou seja, quando faz parte de uma contingência. Dentro do universo estimulatório que circunda um organismo, estímulos são os eventos ambientais com os quais o organismo se relaciona de modo diferenciado, podendo atuar como antecedentes e/ou consequentes do responder. Como descrito no Capítulo 2, eventos que antecedem uma relação resposta-consequência podem adquirir função de estímulos discriminativos e modificar a probabilidade futura de que respostas semelhantes voltem a ocorrer. Ao se tornarem discriminativos, os estímulos demonstram exercer funções reforçadoras condicionadas para as respostas que os produzem (Tomanari, 2000; Wyckoff, 1952). Oportunamente, será analisada a importância das funções discriminativas e reforçadoras dos estímulos para a constituição de um modelo analítico-comportamental da