Bases científicas da identificação humana por dna
Na espécie humana, o material genético é diplóide e se localiza nos núcleos das células constituindo 23 pares de cromossomos. Os gametas, elementos haplóides, apresentam 23 cromossomos. Na fertilização, com a união de um espermatozóide e um óvulo, o número diplóide da espécie é reconstituído na célula ovo. Assim, sem exceção, nos indivíduos da espécie, cada progenitor contribui com 23 cromossomos na formação de cada um dos seus descendentes. Como os cromossomos são elementos formados por ácido desoxi-ribonucleico (DNA), observa-se, na espécie humana, que o DNA é herdado quantitativa e qualitativamente, na proporção de 50%, de cada um dos progenitores.
A tipagem humana através do conhecimento da estrutura do DNA, a mais moderna metodologia aplicada mundialmente na identificação humana, tem como berço experimentos realizados há menos de 20 anos, quando, em 1985, Jeffreys e colaboradores descreveram a ocorrência no genoma humano de regiões hipervariáveis caracterizadas por apresentarem seqüências nucleotídicas repetidas "in tandem". Estas observações levaram à constatação da ocorrência de um polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição ("RFLP-restriction fragment lenght polymorphims") quando da digestão do DNA por enzima de restrição, cujo sítio de ação se localiza nos limites das repetições "in tandem". As regiões hipervariáveis do DNA podem ser devidas à trocas de seqüências de nucleotídeos e tem como conseqüência a criação ou eliminação de sítios para enzimas de restrição. Este tipo de polimorfismo do genoma pode ainda ser decorrente da inserção ou deleção de nucleotídeos ou de segmentos de DNA em posições aleatórias da molécula. Por qualquer desses processos, são gerados fragmentos alélicos de tamanhos diferentes. As diferentes seqüências do DNA contendo unidades repetitivas "in tandem" se caracterizam como alelos codominantes que são transmitidos à prole de modo mendeliano.
O avanço dos estudos