Barão Republica
"E qual e a razao da superioridade diplomatica do Bado do Rio Branco? sera ele dessas imponentes, insinuantes, irresistfveis figuras? .. Nao ... Sua for~a, seu prestfgio lhe advem de outra parte: brotam de sua vasta cultura hist6rica e geografica, de seu profundo saber, acumulado por q~arenta longos anos, dacorografia e dos anais patrios, nomeadamente das lutas e pendencias de guerra havidas com as gentes vizinhas."
SILVIO ROMERO,
Hist6ria aa literatura portuguesa
Em 1876, com 30 anos, ap6s dois mandatos de Deputado, pma missao diplomatic a transit6ria no rio da Prata e uma vida boemia no Rio de Janeiro - era 0 ]uca Paranhos, 0 alto, forte e bem apessoado filho de urn dos maiores politicos do Imperio, 0
Visconde do Rio Branco - inicia uma longa e ate certo momento obscura carreira diplomatica em Liverpool 0 futuro Barao do Rio
Branco, Jose Maria da Silva Paranhos.
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• Foi Consul ali durante 24 anos e, depois, nos dois liltimos antes de voltar ao Brasil, Ministro em Berlim (Embaixador, diriamos hoje). Em verdade viveu a maior parte dos'seus anos de exterior em Paris, onde instalou sua familia. Cumpria com seus deveres consulares, mas todas as horas livres eram dedicadas ao estudo do Brasil, fie1 ao lema que adotara na mocidade: "Ubique patriae memor" (em tod;! parte a lembran~a da patria). A voca~ao, alias, come~ara cedo, pois aos 23 anos ja era professor de Hist6ria do
Brasil no prestigioso Colegio· Pedro II.
Estudou nossa Hist6ria, nossa Geografia, os homens e as circunstancias que marcaram a vida nacional nao s6 nos melhores
livros de entao - sobre 0 Brasil no seculo XIX, que ja foi chamado 0 seculo da hist6ria, publicaram-se os livros do ingles Southey, do alemao Handelman e de nosso Varnhagen - mas tambem em obras raras, em todos os manuscritos e mapas que encontrasse nas bibliotecas europeias, principalmente nas de Paris e Londres.
Em 1891,