Barroco de Antonio Vieira
Professora:Lívila Pereira Maciel
Turma: GP312M0013 Data: 23/11/2012
Aluna: Karina Maria Macedo da Costa
Poética Barroca de Antônio Vieira
Em seus sermões, Antônio Vieira inova, pois neles dirige-se ao leitor e ao ouvinte, como se as palavras tivessem vida própria, capaz de atravessar os tempos para chegar a um receptor. Vieira vive nelas, o que lhe confere também a imortalidade. Com sua grande habilidade de oratória, induz um dialogo mental com o leitor/ouvinte, levando a sagazes reflexões sobre a Bíblia, unindo tudo como que em um círculo, não de forma retilínea, mas como uma ‘espiral labiríntica e delirante’. Assumindo o papel de pregador, expõe detalhadamente os fatos bíblicos e argumenta sobre eles. Suas palavras são dedicadas a alguns e a todos, ao mesmo tempo. Os doze livros nos quais foram reunidos os sermões prefiguram os doze apóstolos. Vieira usa comparações e metáforas que tornam sua obra não apenas a explicação da Bíblia, mas uma obra literária típica barroca, que vai além do que está escrito, que dialoga com o receptor e com outras literaturas. Tal característica oratória não é encontrada em outros sermões de diferentes autores. Apenas a genialidade de Vieira é capaz de unir o Barroco ao religioso de forma tão harmoniosa e complexa, tão simples, contrastando opostos como em um jogo de claro e escuro, de luz e sombra, de verdade e mistério. As ilustrações usadas em seus sermões são fáceis de compreender e aplicar, pois fazem parte do cotidiano da época, e até mesmo atualmente não há mistério nelas. Tratando dos mais variados assuntos, não há como não sair refletindo depois de ler seus discursos. A dualidade barroca também é notada nas orações em latim que abrem a maioria de seus sermões, das quais ele faz uma tradução ou apresenta uma explanação logo em seguida. Saber como usar a arte da palavra é uma habilidade de poucos que Vieira domina. “O pintarem bem os dados, ou as cartas,