Pe. Antonio Vieira e o Barroco
Cecilia Santos Pereira²
Em 1580 período de grandes transformações politicas, religiosas, econômica, social e artístico e marcado pelo domínio de Portugal pela Espanha e pela morte de Luís Vaz de Camões, considerado o “cantor das glorias perdidas”, dá inicio a fase caracterizada como: Barroco. O nome tem origem “de uma perola, que, por não ter sido formada de modo arredondado, fica disforme”, desta forma o Barroco modifica o caráter harmônico e claro clássico. Marcado pela influencia da reforma e contra-reforma protestante, o movimento barroco apresentava temas como: a dualidade humana ( homem e Deus , céu e inferno , claro e escuro , corpo e alma), invocação a religião, erotismo, fugacidade da vida , etc. Na literatura barroca utilizava-se figuras de linguagem, como: metáforas, antítese e hipérboles, classificando em dois grandes estilos : o conceptismo e o cultismo ou Gongorismo. A primeira expressa na prosa é marcada mais pela razão e inteligência do que o jogo de sentidos, a segunda “implica na utilização de metáforas e imagens para todos os sentidos (a chamada sinestesia) e a poesia se exprimi, sobretudo por meio de metáforas e imagens.” (MASSAUD, 1987 p.92). Constituindo assim, o gongorismo e Conceptismo tendências interinfluentes e contemporâneas. Dentre os autores do barroco brasileiro, destacam-se: Gregório de Matos, conhecido por suas obras poéticas e o Padre Antônio Vieira com seus sermões, profecias e cartas. Nascido em 1608 em Lisboa, o Padre Antônio Vieira era o maior símbolo sábio em Portugal e considerado um dos maiores escritores do século. Ainda pequeno Vieira foi para Bahia, onde começou a exercer seu ministério sacerdotal na companhia de Jesus, movimento cristão de catequização indígena, que recriminava a escravidão pelos colonos. O autor criticava a forma como outros pregadores