Barbarella
Resumo
A cultura organizacional tem sido tema recorrente nos trabalhos acadêmicos nos últimos anos, o que tem favorecido uma maior densidade teórica e metodológica às pesquisas nessa área, além de novas propostas conceituais, técnicas mais apuradas de intervenção organizacional e surgimento de categorias analíticas mais pertinentes ao universo empresarial. Dentro desse foco, o presente trabalho trata da questão da cultura organizacional ao analisar um programa de desenvolvimento de equipes. No caso estudado, imprime-se um diálogo entre a Administração e a Antropologia, ao propor a utilização da Etnografia para compreensão dos fenômenos organizacionais. O artigo resulta de uma pesquisa exploratória e descritiva, mediante a investigação da literatura específica e o estudo de caso. Tendo como eixo norteador a cultura organizacional e suas respectivas vertentes encontradas na bibliografia especializada, o artigo busca explorar as possibilidades e potencialidades dos métodos Etnográfico e Clínico, bem como seus pontos discrepantes.
O empenho em avizinhar a Administração e a Antropologia, intensificou-se nos últimos vinte anos tendo como uma das razões principais a incorporação pela Administração de recursos metodológicos da Antropologia, como salienta Mascarenhas (2002), quando afirma que a Administração e a Antropologia têm preocupações teóricas muito distintas. A Administração é uma disciplina essencialmente prática e seus temas de análise são, em sua maioria, relacionados a variáveis encontradas dentro de organizações e que influenciam seus objetivos e resultados.
Por outro lado, diferentemente da ação administrativa organizacional, a proposta antropológica não aponta para o uso instrumental ou intervencionista de suas descobertas. Entretanto, a aproximação dessas duas abordagens, conforme Mascarenhas (2002), muda o paradigma da organização como racional e repleta de fatos objetivos para a organização como um grupo, no qual