Baraka
Apartir de um mosaico da variedade cultural e natural de nosso planeta, o documentário “Baraka” aborda as diferentes formas de construção de uma determinada cultura interligada a um local, sendo um o complemento do outro.
Frente a um olhar antropológico, é representado o ser humano em perspectivas de diferentes povos, culturas e raças, alternando entre seus contrastes e suas semelhanças, ao mesmo tempo em que admira-nos pela diversidade e choca pelos níveis de destruição tanto do mundo físico, natural, ou “metafísico”, espiritual.
Entretanto, esta transformação que gera a destruição da natureza, apesar de acentuada e incontrolada nos dias atuais, é necessária e inevitável, uma vez que este processo de transfiguração difere o homem dos animais, o que torna-o mutável.
Ainda que não seja narrado, provoca inquietação no telespectador, que procura refletir sobre as contradições relativas ao desenvolvimento da inteligência humana e suas fantásticas obras junto à problemas de ordem mundial, como a miséria, luta pela sobrevivência, ou pessoal, como a mecanização e monotonia do dia-a-dia, além da repressão de suas emoções em vista do constante escapismo que o busca para não se sentir infeliz diante disso.
O homem, por ser ao mesmo tempo determinado pela natureza e pela cultura, distingue-se de outros homens, o que gera uma diversidade rica e imensurável, isso é apresentado com os diferentes recortes de diferentes países e anos no filme.
Em suma, as imagens do documentário, ao demonstrar uma fantástica parte da realidade de cada etnia, suspende os sentidos que atravessam nosso cotidiano, o que adota uma postura de vulnerabilidade e reconhecimento de tudo aquilo que nos rodeia, mesmo que não presente diretamente.