bancária
- aspectos psicopatológicos do homem numa visão arquetípica
“Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher”
Gilberto Gil
1 - O Complexo Paterno e a Consciência Masculina
O menino, diante do desamparo crucial da infância, coloca no pai a responsabilidade absoluta pela sua segurança, e espera ardentemente que isso lhe seja garantido. Por comparação, se dá conta da sua condição de fragilidade diante do mundo. O pai tende, no imaginário infantil, a honorificar-se como um deus. A força da influência da figura paterna revela aspectos para além do pai real: o Pai arquetípico.
A dinâmica negativa do arquétipo do pai é extremamente marcante na vivência do homem. Sentimentos de estar sob o jugo de um deus rígido, de uma fonte de sabedoria, da medida de todas as coisas, da lei a ser seguida e do risco de perder a visão própria, a própria individualidade e a capacidade para a força, a criação e a ação acompanham a formação emocional do homem diante do pai.
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Ao representar o Arquétipo do Senex, o pai acaba enfatizando o lado negativo deste vórtice arquetípico.
“O pai devora o falo do filho, impedindo que ele tenha acesso ao espírito, que é fundamental para que tenha ele próprio as características masculinas incorporadas à
sua
personalidade.
Com
isso,
o
filho
identifica-se
unilateralmente com o arquétipo do Puer e transforma-se no antagonista arquetípico do pai Senex, o que leva à falta de integração entre as partes contraditórias, porém necessariamente complementares, daquilo que é