Tratamento Sanitário
Roque Passos Piveli
São Paulo, 2007
2
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
Roque Passos Piveli
1 Características dos esgotos, necessidades de tratamento e concepção das estações
1.1 Características dos Esgotos
Os esgotos sanitários variam no espaço, em função de diversas variáveis desde o clima até hábitos culturais. Por outro lado, variam também ao longo do tempo, o que torna complexa sua caracterização. Metcalf & Eddy (1991) classificam os esgotos em forte, médio e fraco, conforme as características apresentadas na
Tabela 1:
Tabela 1: Características físico-químicas dos esgotos. Metcalf & Eddy (1991)
Característica
Forte
Médio
Fraco
DBO5,20 (mg/L)
400
220
110
1.000
500
250
Carbono Org. Total (mg/L)
290
160
80
Nitrogênio total – NTK (mg/L)
85
40
20
Nitrogênio Orgânico (mg/L)
35
15
08
Nitrogênio Amoniacal (mg/L)
50
25
12
Fósforo Total (mg/L)
15
08
04
Fósforo Orgânico (mg/L)
05
03
01
Fósforo Inorgânico (mg/L)
10
05
03
Cloreto (mg/L)
100
50
30
Sulfato (mg/L)
50
30
20
Óleos e Graxas (mg/L)
150
100
50
DQO (mg/L)
No Brasil, mesmo que não se tenha informação segura com base local, costuma-se adotar contribuições “per capita” de 54 e 100 g/habitante.dia para a
DBO de cinco dias e para a DQO, respectivamente.
3
Em termos de vazão, pode-se afirmar que os esgotos estão sujeitos às mesmas variações relativas ao consumo de água, variando de região para região, dependendo principalmente do poder aquisitivo da população. Apenas a título de referência, pode-se considerar a contribuição típica de 160 L/habitante.dia, referente ao consumo “per capita” de água de 200 L/habitante.dia e um coeficiente de retorno água/esgoto igual a 0,8. Para a determinação das vazões máximas de esgotos, costuma-se introduzir os coeficientes k1 = 1,2 (relativo ao dia de maior