Balett
Alterações musculoesqueléticas em bailarinas clássicas com uso e sem uso de sapatilha de ponta
INTRODUÇÃO
O balé clássico é uma arte que exige muitas habilidades físicas e treino atlético, expressando-se por movimentos elaborados que são realizados seguindo um ritmo que é determinado pela música. (BERTONI, 1992).
Os movimentos do balé requerem desempenho com perfeição técnica, envolvendo posições articulares extremas e esforços musculares que podem exceder as amplitudes normais de movimento, gerando assim elevado estresse mecânico nos ossos e tecidos moles (PICON e FRANCHI, 2007). As bailarinas dedicam-se integralmente a essa prática, muitas vezes sobrecarregando o sistema músculo esquelético principalmente dos membros inferiores em posições anti-fisiológicas (BITTENCOURT, 2004).
Para a prática do balé clássico é importante ressaltar o uso, pelas bailarinas, de calçados específicos denominados sapatilhas, que podem ser de ponta e meia ponta. Estas sapatilhas de ponta usadas durante os ensaios e apresentações do balé devem suportar o peso do corpo em base extremamente diminuída e para que isto ocorra, elas levam em sua estrutura uma palmilha rígida e uma gáspea, que é a região onde os dedos são encaixados (PICON, 2004).
A sapatilha deve permitir a estabilidade e a sustentação no novo eixo de equilíbrio, não sendo um obstáculo ao contato dos pés com o solo, pois os pés não devem ser comprimidos, preservando o posicionamento dos dedos entre si mantendo sua estruturação anatômica (BERTONI, 1992).
A primeira posição em ponta do balé clássico consiste na flexão plantar e manutenção do corpo ereto apoiado sobre o antepé o qual forma a principal região de apoio e sustentação para a bailarina, exigindo um grande esforço neuromuscular, fisiológico e ósseo (BARCELOS e IMBIRIBA, 2002).
Quando solicitado o máximo dos músculos, tendões, ossos e articulações, a atividade pode atuar como agente patológico ao sistema locomotor. Desta forma, o balé pode