bagagem genética na ciencia
Trinta e seis anos depois de conhecida a estrutura do DNA – a molécula espirada, ou em dupla hélice, que guarda a bagagem genética dos seres vivos -, pesquisadores americanos obtiveram pela primeira vez uma imagem direta dessa substância da hereditariedade. A proeza foi possível graças a um microscópio de tunelamento eletrônico (SI n.°2, ano 3), que proporciona um aumento de 1 milhão de vezes da amostra focalizada. No caso, usou-se um fragmento de DNA tem a forma retorcida que lhe atribuíam os cientistas a partir de observações indiretas. Para além de sua utilidade científica, a imagem ao vivo do DNA sintetiza de certo modo a coleção de avanços revolucionários que tem feito da Genética a ciência mais promissora dos tempos atuais. Outras proezas:
Depois de algumas escaramuças judiciais, cientistas americanos foram autorizados a realizar o primeiro transplante de genes em seres humanos. Dez pacientes terminais de câncer, com expectativa de vida de noventa dias, terão incorporado à sua bagagem genética um tipo de linfócito (glóbulo branco do sangue), cuja estrutura genética foi alterada de modo a conter o gene de uma bactéria resistente a antibiótico. O transplante não se destina a introduzir em seu organismo um linfócito marcado, permitindo assim aos cientistas acompanhar a sua ação – e abrindo caminho para futuros transplante de material genético, ai, sim, com propriedades terapêuticas.
Pesquisadores ingleses conseguiram traçar o perfil genético do citomegalovírus, o vírus gigante do herpes. Eles identificaram a seqüência exata dos 250 mil pares de bases químicas que constituem os duzentos genes do vírus, um número quase vinte vezes superior ao do vírus comuns. Nunca antes havia sido analisado um segmento contínuo tão extenso de uma molécula de DNA. Cada gene codifica uma proteína responsável por determinada característica do vírus. O mapeamento permitiu descobrir que em duas dessas proteínas pode estar a chave para a fabricação