Bacia do Rio
A bacia do rio Doce situa-se na região sudeste brasileira, compreendendo uma área de drenagem de 83.400 km², sendo que 86% pertencem ao estado de Minas Gerais e 14% ao Espírito Santo. A região abrange cerca de 222 municípios.
As nascentes do rio Doce estão em Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira e do Espinhaço, sendo que suas águas percorrem 853 km até atingir o oceano Atlântico no povoado de Regência, no Espírito Santo.
Os principais afluentes do rio Doce são os rios do Carmo, Piracicaba, Santo Antônio, Corrente Grande, Suaçuí Pequeno,Suaçuí Grande, São José e Pancas (margem esquerda); rio Casca, Matipó, Caratinga/Cuieté, Manhuaçu, Guandu e Santa Joana (margem direita). As vazões médias na bacia são maiores nos afluentes de margem esquerda, nos trechos alto e médio (15 até 35 l/s km). Por outro lado, a região de menores vazões médias específicas (05 a 10 l/s km²) corresponde à bacia do Suaçuí Grande.1
Apesar de descoberta em 1501 pelos navegadores portugueses, a bacia hidrográfica do rio Doce teve a sua ocupação iniciada, já em fins do século XVII, em suas cabeceiras. Os bandeirantes, partindo de São Paulo, pelos sertões, descobriram ouro nas cabeceiras dos rios Piracicaba e rios do Carmo.
Ribeirão do Carmo e Vila Rica, hoje Mariana e Ouro Preto, foram a porta de entrada para a ocupação da bacia. Mas, com o intuito de evitar os "descaminhos do ouro", a Coroa Portuguesa proibiu a navegação no rio Doce. Além da proibição, a mata fechada, a malária e os índios Botocudos, conhecidos por sua hostilidade, fizeram da região uma das últimas a serem ocupadas em Minas Gerais. Até o início do século XX, o vale do rio Doce permanecia amplamente coberto pelo complexo da Mata Atlântica.
A efetiva ocupação da região somente se deu a partir de construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Iniciada em 1903 em Vitória, em 1910 chegava ao então pequeno entreposto comercial de Porto de Figueiras, hoje Governador Valadares.
Na década de 30, a EFVM