B1 e B2
A técnica da ausculta cardíaca, como ocorre com todo método de propedêutica clínica, deve obrigatoriamente envolver uma sequência lógica e sistematizada de procedimentos direcionados no sentimento de se obter o conjunto de informações fisiológicas que seja mais abrangente possível. Assim, o paciente deve ser examinado em ambiente silencioso e em posição confortável. Não obstante as áreas clássicas de ausculta cardíaca (aórtica: segundo espeço intercostal direito; mitral: ápice; pulmonar: segundo espaço intercostal esquerdo; tricúspide: quarto espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno) devem ser exploradas, rotineiramente, outras regiões, também devem ser avaliadas, como sua variação respiratória.
Identificar B1 e B2
A primeira bulha cardíaca (B1) está associada ao fechamento das valvas atrioventriculares (A-V) no início da sístole. A segunda bulha cardíaca (B2) está associada ao fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar), no final da sístole.
Ao auscultar, com estetoscópio, o coração normal, ouve-se um som produzido pela vibração das valvas retesadas imediatamente após o fechamento, junto com a vibração das paredes adjacentes do coração e dos grandes vasos em torno do coração. Isto é, na geração da primeira bulha cardíaca, a contração dos ventrículos causa, de início, o súbito refluxo do sangue contra as valvas A-V (as valvas tricúspide e mitral), fazendo com que elas se fechem e se inclinem na direção dos átrios, até que as cordas tendíneas interrompem de modo abrupto essa protrusão retrógrada. O retesamento elástico das cordas tendíneas e das valvas faz com que o sangue refluído seja lançado novamente para o interior de cada ventrículo respectivo. Isso faz com que o sangue e as paredes ventriculares, bem como as valvas retesadas, vibrem, provocando turbulência vibratória no sangue. As vibrações se propagam pelos tecidos adjacentes até a parede torácica, onde elas podem ser ouvidas com o som por meio do estetoscópio.
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