Ações sócio-educativas no pós-escola como enfrentamento da iniqüidade educacional
10/04/2006, 09:46
Maria do Carmo Brant de Carvalho* *
Muito se tem falado sobre o desempenho da educação brasileira como excludente quando referida às classes mais vulnerabilizadas pela pobreza. No debate público e acadêmico a importante contribuição da educação pública no enfrentamento das enormes desigualdades sociais que assolam a sociedade brasileira tem sido tema recorrente.
Entende-se hoje que para enfrentar a iniqüidade social no âmbito da política social é preciso buscar, com total radicalidade, a efetividade de seus resultados. É perverso para a nossa população simplesmente reafirmar o quanto a estrutura social e a política econômica brasileira reduzem as possibilidades de ações eficazes no campo do enfrentamento da iniqüidade social.
Há uma inegável contribuição das políticas sociais para o equacionamento dessa questão, no entanto ainda há muito por fazer. O compromisso primeiro na formulação e desenvolvimento de políticas públicas precisa ser o de sua efetividade. Assim, já não são mais toleráveis a descontinuidade da política, os desenhos centralizadores e setorizados na condução da política social, os conceitos corporativos de seus agentes que inibem a maior inovação e densidade de respostas da política social. É absolutamente prioritário buscar a maior efetividade e eqüidade da ação pública.
É preciso entender que, no contexto contemporâneo, o Estado já não é o agente executor exclusivo da ação pública, mas ente central na sua regulação. A sociedade civil e a iniciativa privada precisam ser envolvidas e sintonizadas com as prioridades públicas de ação no combate à iniqüidade social. O Estado já não é o agente executor exclusivo da ação pública.
É com este desafio primeiro – efetividade e eqüidade – que se constrói essa reflexão sobre ações no pós-escola junto às nossas crianças e adolescentes que freqüentam a escola pública.
1. Os projetos sócio-educativos