Avaliação de Aparelhos de Pressão
Como avaliar a calibração dos aparelhos de medida da pressão arterial
Angela M. G. Pierin
Professora Livre-docente da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
Décio Mion Jr.
Professor Livre-docente, Chefe da Unidade de Hipertensão Arterial do HCFMUSP
A esfigmomanometria convencional, iniciada há mais de um século, com o esfigmomanômetro de Riva Rocci e a ausculta dos sons de Korotkow ainda é o método mais usado na prática clínica. Portanto, o esfigmomanômetro aneróide e o de coluna de mercúrio são amplamente utilizados para a medida da pressão arterial pelo método indireto com técnica auscultatória. O procedimento indireto de medida da pressão arterial possui a vantagem de não ser invasivo quando comparado à medida direta, porém, a acurácia do método está em desvantagem. A ausculta dos sons de Korotkow propicia valores de pressão sistólica mais baixos que a pressão intra-arterial e o inverso se observa para a pressão diastólica.
Fontes potenciais de erros ligadas ao observador, equipamento, ambiente e técnica fragilizam esse método de medida da pressão arterial. Erros sistemáticos podem ser identificados.
Falta de concentração mental, diminuição da acuidade auditiva e interpretação incorreta dos sons de
Korotkow são exemplos característicos de erros ligados ao observador, além de preferência de registro dos valores por dígitos terminais “zero” ou
“cinco”. A interação observador-paciente associada à medida realizada no ambiente do consultório médico pode revelar valores pressóricos mais
Pierin AMG, Mion Jr. D
elevados que aqueles verificados na residência do paciente acarretando o fenômeno do avental branco.
O equipamento requerido, estetoscópio e esfigmomanômetro, também podem influenciar na exatidão da medida da pressão arterial. Em relação ao estetoscópio, tubos muito longos e posicionamento incorreto no pavilhão auricular deformam os sons auscultados. Para garantir efetividade de uso, os