AUTORES FUTURISTA
Giacomo Balla revela-se um artista fortemente comprometido com a política socialista e com a descrição da classe operária, dos despossuídos, dos marginalizados, fracassados e dementes. Em “Dia de um trabalhador” (1904), ele divide a tela em três partes a fim de mostrar os momentos da jornada de trabalho dos operários da construção civil. Detecta-se um forte, ainda que melancólico, sentido de modernidade na formação geométrica do prédio em construção, assim como a impressão da vida humana ordenada pela determinadora grade física e psicológica da vida urbana.
Em “Poste de iluminação” (1909), inspirou-se em um dos primeiros postes de iluminação elétrica instalados em Roma e deve ter sido uma resposta inicial ao manifesto de Marinetti e a outros textos contemporâneos. Aqui a eletrificação contemporânea da Itália evoca uma fonte de luz feita pelo homem, ou masculina, que vence o poder feminino da lua, a mítica fonte dos ritmos do mar, do amor e da loucura. É significativo o tema oculto do desprezo pela mulher.
A pintura de Balla traz em si um peso de preocupações culturais complexas, ainda que contraditórias, que ultrapassam as questões técnicas ou a apropriação estilística.
Umberto Boccioni
Foi aluno de Balla em Roma na virada do século, compartilhavam a visão socialista e humanitária, assim como a idéia concomitante de que os seres humanos são produtos do meio. Com Balla, Boccioni aprendeu os princípios do divisionismo, a versão italiana do neo-impressionismo francês, no qual pequenos pontos, manchas e traços de pigmentos se organizavam com precisão quase cientifica a fim de emular a luz e a atmosfera naturais. Voltou-se para uma versão pessoal do simbolismo. No entanto, em 1909, identificara sua arte com interesses obviamente mais modernos nos temas e na técnica.
Em “Fábricas em Porta Romana” (1909), mostra uma região industrial na zona norte de Milão, onde ele morava, e dá continuidade ao tema da construção e da expansão urbana