Autonomia da escola pública: um enfoque operacional
Um Enfoque Operacional
Carmen Moreira de Castro Neves
A autora fez esta pesquisa baseada em depoimentos de diretores de escolas públicas do Distrito Federal. O ponto de partida do trabalho da autora são acontecimentos tidos como “normais” na rede pública brasileira, pois não estão tendo a devida atenção e estudo por parte da sociedade e dos administradores educacionais. Esses acontecimentos consistem no fato de que pais de alunos passam vários dias em filas para conseguir uma vaga para seus filhos em determinadas escolas enquanto em outras sobram vagas, mostrando que apesar da quase que total descrença na escola pública, ainda há algumas escolas que são reconhecidas pelo bom trabalho que realizam. Essa maior procura por determinadas escolas se deve a fatores internos da mesma, pois não existem instrumentos no sistema educacional que privilegiem determinadas escolas, mostrando que há um espaço de autonomia. Neves destaca que nos sistemas de ensino não há uma política que aloque os melhores professores nas melhores escolas. Esse reconhecimento é feito pela própria comunidade. Existe em algumas escolas, um espaço de autonomia que faz com que elas se organizem e ajam de forma diferente das demais. Segundo a autora, a autonomia da escola é um tema cuja importância mostra-se crescente. Sua aceitação implica uma ruptura no modo tradicional de compreender e atuar na realidade, ela impõe um novo padrão de política, planejamento e gestão educacionais. A autonomia tem três enfoques principais como veremos a seguir. O primeiro liga a autonomia a temática da liberdade, da democracia, da independência e da participação. Justamente por isso houveram diretores que consideraram que a autonomia não se aplica a escola pública, porque ela é parte de um sistema e como tal deve obedecer regras comuns ao todo. Segundo ela, a autonomia como liberdade, é um valor inerente ao ser humano: O homem não nasceu para ser escravo ou tutelado, mas