Autocracia burguesa - florestan fernandes
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Questão 1 É a partir do processo de dominação externa da América Latina, uma das bases do processo de acumulação, com a chegada dos portugueses, que Florestan inicia sua análise sobre a dependência da América Latina em relação aos “países centrais”, entendendo-a como resultado de uma forma específica de desenvolvimento capitalista, denominado por ele de capitalismo dependente. O autor entende o subdesenvolvimento da América Latina como elemento fundamental para o desenvolvimento dos “países centrais”, a partir de uma relação de complementaridade entre desenvolvimento e dependência, opondo-se a ideia de que a solução para o “atraso” da América Latina é o desenvolvimento econômico. Florestan ainda traz a ideia de que, a continuidade dos processos de dominação externa e dependência, se explica, até mesmo após os processos emancipatórios do século XIX, pelo caráter duplo de dominação capitalista. Este caráter se expressa na vinculação da dominação externa à dominação interna a partir de uma aliança entre a burguesia hegemônica e a burguesia nacional, dessa forma a “situação hererônomica é redefinida pela ação recíproca de fatores estruturais e dinâmicos internos e externos.” (FERNANDES, 1981, p.26). Partindo deste entendimento, o autor apresenta quatro fases de dominação externa na América Latina, cabendo ressaltar que a superação de uma fase pela outra irá ocorrer com a conservação de elementos da fase anterior, ou seja, avança-se para o novo, porém conservando-se o arcaico, através do que Gramsci chamou de Revolução Passiva, ou seja, esses processos de transição se dão a partir de acordos entre as classes dominantes, viabilizados pela capacidade desta classe via hegemonia, tornarem interesses, valores e concepções de mundo particulares em universais. O primeiro padrão de dominação externa na América latina é o colonialismo, este adquire forma de “exploração ilimitada” como forma de dominação externa em face da total subordinação das