Os monges do contestado
Contestado não foi uma simples revolta de fanáticos como alguns historiadores procuram nos apresentar. Os sertanejos explorados pelos latifundiários, expulsos de suas terras pelas companhias estrangeiras, as quais o governo havia cedido grandes extensões de terra, reagiram a essa opressão.
Em resumo, podemos afirmar que a miséria, a ignorância e as injustiças sociais fizera, eclodir essa guerra que teve um fim trágico, com o massacre de milhares de camponeses.
A região em que houve o conflito era chamada de área contestada, devido aos litígios de limites entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Porém, a guerra foi a revolta dos sertanejos da região contra o governo, as companhias estrangeiras e as oligarquias locais e não um conflito entre os estados do Paraná e Santa Catarina.
No sertão, os monges (figuras estranhas que levavam uma vida ascética) tinham grande prestígio. Em 1912, o monge José Maria d'Agostini, seguido pelos sertanejos que haviam sido expulsos de suas terras pelo "Brazil Railway Company", a quem o governo havia concebido nove quilômetros de cada lado da estrada de ferro, que está companhia norte-americana estava construindo na região contestada, rumou para os campos do Irani em território paranaense.
Neste ano tivemos o combate do Irani, onde os seguidores do monge José Maria enfrentaram as tropas do coronel paranaense João Gualberto. Nesse combate, José Maria e João Gualberto faleceram.
A Guerra do Contestado ocorreu entre os anos de 1911 a 1915. O nome deve-se à disputa entre os estados do Paraná e de Santa Catarina por uma área limítrofe rica em erva-mate e madeira doada pelo governo brasileiro aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company. Apesar da questão dos limites ter sido resolvida, alguns sertanejos ainda viviam na região em estado de isolamento e pobreza.
Uma agitação tomou conta dos sertanejos da região quando a ferrovia São Paulo – Rio